depoimentos

ROLANDO TORO ARANEDA, criador da Biodanza, fala sobre o escultor.

“Nas cerâmicas de Dorli Signor reaparece o vínculo com a vida. O artista emerge de suas próprias esculturas. Se restabelece, no ato criador, a unidade indissolúvel entre o criador e sua criatura.
Suas obras constituem a apoteose doa mor, das formas sensíveis e quase esquecidas da ternura, da sensualidade sem freio. Em suma, de todo o cálido e fecundo impulso de fusão das criaturas.
As cerâmicas de Dorli são representativas dessa sensibilidade emergente que se inspira no sonho mundial de vida. A matéria mais próxima de nossa emoção se ilumina num sentido profético de redenção e não de apocalipse.
Abre-se, assim, um novo cenário de evolução das artes plásticas.”   (Petrópolis, RJ,1987)

“Penso que as esculturas de Dorli Signor resgatam para nós o legado perdido do êxtase de amor.”
                                    (Petrópolis, RJ,12/11/1991)

ARCILLA
            (al escultor Dorli Signor)
Entrando a tientas en la arcilla
como un ciego en el comienzo del mundo
palpando las entrañas húmedas de toda flor
el escultor revela un sueño.

Las formas se aglomeran
en el pantano de los primeros gestos
un ser monstruoso genera un ángel.
El animal secreto surge del caos
y el anatema es el propio cuerpo.

Los dedos presionan la consistencia
crean el aire la trasparencia
duran la gravedad.

La caricia es rescatada del
caos eterno.

Una belleza desenfrenada
muestra su entraña
por primera vez.           (Rolando Toro Araneda)


“Habitar a argila em amores visíveis, permitindo que tudo possa acontecer, em atos de ternura e sensualidade, são os desígnios transmitidos ao barro primordial pelas esculturas de Dorli Signor.
A escultura em argila, abordada como vivência amorosa, torna-se uma revelação do ser, a remissão à unidade indissolúvel do criador e sua criação.
As esculturas de Dorli conservam intactas as emoções que lhe sobrevem de seu contato com a vida. Ele mesmo, como homem, emerge de suas próprias esculturas, na mais extraordinária aventura interior. Em suas obras assistimos o desabrochar do ser como Eros e como entrega total, como renúncia indefesa às forças da natureza que estremecem o coração. O vigor energético que os anima consegue transmitir o sentido próprio da vida como pura ternura.
O homem e a mulher se interpenetram, se fundem um no outro; emergem da argila como formas eréteis, como espaços secretos do reino da voluptuosidade.
Penso que o que caracteriza estas obras como fenômeno único, dentro das artes plásticas, é a difícil objetivação do amor-desejo como vivência transcendente.”
                                    (Milão,1997)